Jovens de Manaus relatam experiência de monitoria em mostra de Anne Frank
A exposição “Anne Frank – Uma história para hoje” ficou em cartaz em Manaus durante todo o mês de agosto. A mostra, realizada pelo Comitê Israelita do Amazonas (CIAM) e organizada pela Anne Frank House, de Amsterdã, já percorreu mais de 50 países, desde 1996.
Jovens da comunidade judaica manauara, com idades entre 12 e 23 anos, foram os monitores. A preparação incluiu três dias de seminário, com pessoa formada na Anne Frank House, para o ensino da história da Segunda Guerra Mundial e de Anne Frank. Segundo Anne Benchimol, presidente do CIAM, cerca de 40 mil pessoas visitaram a mostra, sendo que 3.000 participaram de palestras sobre o tema. Sergio Band trabalhou com Anne na organização, que incluiu a definição do local da mostra, logística de contratos, frete para Manaus, armazenamento e montagem. Leia abaixo alguns dos depoimentos que os jovens monitores deram ao boletim da Conib sobre sua experiência.
A monitoria.
“A história de Anne Frank é muito emocionante. Quando soube que já poderia monitorar, quis muito me voluntariar”, Julia, 12.
“Aprendemos como explicar, respeitar a opinião dos outros, saber ouvi-los”, Ana, 13.
A reação do público
“O público de Manaus deu um show, primeiramente porque tem interesse em conhecer e perguntar sobre a história, e também por valorizar os ideais de tolerância e respeito aos direitos humanos. A maioria já tinha conhecimento pelo Diário ou por anúncios e documentários na TV”, avalia Rafael, 19.
“Em geral, eles possuem um conhecimento superficial da história de Anne Frank e do Holocausto, mas demonstram interesse em aprender mais. É surpreendente a quantidade de pessoas visitando e dedicando 30 minutos ou mais para ouvir essa história”, Sther (sem o E), 23.
“Muitos chegam a se emocionar de tristeza, outros ficam aterrorizados, muitos ficam impressionados por saber que as pessoas eram tratadas daquela forma”, Ana, 13.
“Temos um publico muito eclético, consequentemente reações também. Há pessoas que conhecem a história e ficam sensibilizadas com detalhes da vida de Anne; há pessoas totalmente leigas no assunto, que acabam se assustando com tanta tristeza; e há, ainda nos dias de hoje, aqueles que são racistas e intolerantes, que negam os fatos e julgam os judeus por terem escolhido o ‘caminho’ do Holocausto. É justamente para esse tipo de pessoas que a exposição existe. Mas, de maneira geral, há uma grande aceitação do nosso trabalho”. Ariel, 19.
“Alguns jovens se identificaram bastante com o modo de Anne pensar“, Julia, 12.
A história de Anne Frank
“Deve ser contada não só como algo individual, mas pelo que representa a guerra, e como inocentes e crianças foram atingidos”, Florence, 18.
“Ela deu um rosto para as mais de 1,5 milhão de crianças judias vitimas do genocídio. Com seu texto talentoso, nos transporta para a tragédia vivida por todos”, Sther, 23.
“Uma das partes mais marcantes do diário é quando Anne se sente culpada por todos aqueles que não tinham um abrigo para se esconder”, Ana Esther e João Sabba, 18 e 16 anos.
A identificação com Anne Frank
“Sempre consigo o que quero, tenho 13 anos, sou judia, às vezes posso ser chata e escrevo o que sinto em um caderno”, Ana.
“Com o lado crítico e na crença na bondade humana”, Rafael, 19.
“Em sempre querer saber o porquê de tudo”, Julia, 12. “Ela acabou virando uma grande amiga minha, e não dá para distinguir aspectos específicos, mas tenho a certeza que os melhores amigos são muito parecidos”, Ariel,19.
A importância da exposição
“Para que as pessoas parem de dizer que o Holocausto não existiu”, Florence, 18.



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