Semana lembra os 65 anos do fim da II Guerra Mundial e combate os resquícios daquele período
Entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, a Kehila, a Federação Israelita do Paraná e a Loja Chaim Weizmann da B’nai B’rith do Paraná realizaram, em conjunto com o Núcleo de Pastoral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC- PR) e o Instituto Memória, a II Semana Cultura e Fé no mundo contemporâneo, uma sequência de atos voltados à História e Memória do Holocausto no Contexto da Segunda Guerra Mundial.
Foi uma atividade para 400 pessoas marcada por significativas presenças da Comunidade Maior, bem como por momentos de intensa reflexão e emoção. Logo no início, Ernesto Sienna, Professor de Teologia e membro do Núcleo de Pastoral, apresentou a Oração Shema Israel que foi recitada de forma coletiva pela plateia em português. Após as boas vindas do Pró-Reitor de Atividades Comunitárias, Ricardo Tescarolo, Leon Knopfholz, representando a B’nai B’rith, enfatizou em sua fala que “é preciso que aprendamos que a virtude está na diversidade, que não há Homem superior a outro, doutrina superior a outra, e que a inclusão e a receptividade são as verdadeiras garantias de êxito social”.
Em seguida, Manoel Knopfholz, Presidente da Federação Israelita do Paraná, mencionou que “a II Guerra Mundial foi a mais catastrófica, sinistra e cruel passagem da História do Povo Judeu, em que 6 milhões de judeus foram mortos em campos de concentração numa verdadeira indústria do extermínio, perpetrada pelos nazistas de Hitler e seus asseclas”, complementando a seguir que “deste evento, possamos todos extrair mais ensinamentos, mais reflexão, e, acima de tudo, com mais fé num mundo contemporâneo cada vez mais pluralista, democrático e fraterno! Shaná Tová!”.
Profa.dra. Maria Luiza Tucci Carneiro do LEER/USP – SP e Isaac Cubric, secretário da Loja Chaim Weizman, da B`nai B`rith do Paraná
A abordagem acadêmica coube a profa.dra. Maria Luiza Tucci Carneiro do LEER/USP – SP – Laboratório de Estudos da Ernicidade, Racismo e Discriminação – considerada uma das maiores referências sobre Racismo e Discriminação no Brasil, seguida de pungentes e tocantes depoimentos dos sobreviventes do Holocausto, Moysés Jakobson e Sara Goldstein, cuja atitude e postura fraternais voltadas ao amor ao próximo sensibilizaram a plateia de forma indescritível. Sara e Moysés foram aclamados de pé diversas vezes por todos os presentes.
No dia seguinte, após a exposição do Professor Wilson Maske, da PUC, Isaac Cubric, da B’nai B’rith, proferiu enfática palestra sobre vidas de pessoas que, se opondo a regras vigentes, conseguiram salvar inúmeras vidas das minorias perseguidas, em particular dos “Schindlers Brasileiros”, o Embaixador Souza Dantas e a paranaense Aracy Guimarães Rosa, conhecida como Anjo de Hamburgo. Isaac gerou profunda comoção na plateia.
Prêmio Anjo de Hamburgo
Na sequencia, ocorreu a importante Premiação Anjo de Hamburgo, que contempla a ação local de pessoas que se opõem ao Racismo e à Discriminação. Neste ano foram agraciados Eleonora Bonato Fruet, Nara Salamunes, Rita de Cássia Munhoz, Milton Ivan Heller, Eronides Cruz e Marion Brephol de Magalhães.
Edição : Lia Bergmann – Assessora de Direitos Humanos e Comunicações da B’nai B’rith do Brasil