UNIBES COMPLETA 100 ANOS E RECEBE HOMENAGEM NA CÂMARA DE SÃO PAULO
A entidade assistencial Unibes foi homenageada na segunda, 15 de setembro, na Câmara Municipal de São Paulo, por seus 100 anos de atividade, em iniciativa do vereador Floriano Pesaro. Os projetos da entidade atendem anualmente cerca de 14 mil pessoas – em programas nas áreas de educação, cultura, saúde e lazer.
A Conib foi representada na cerimônia por seu secretário-geral, Fernando Lottenberg, que falou sobre as ações de solidariedade da comunidade judaica e agradeceu ao Brasil pela acolhida dada aos judeus: "Aqui nos desenvolvemos, fomos criados e criamos nossos filhos e netos em um ambiente de paz e de tolerância. Somos gratos por isso e buscamos retribuir. Com o trabalho da Unibes, a comunidade judaica agradece a São Paulo e ao Brasil". Ouça entrevista [9] com a presidente da Unibes, Celia Kochen Parnes; o responsável pelo atendimento a sobreviventes do Holocausto, João Batista Adduci; e o vereador Floriano Pesaro. Leia abaixo o discurso de Fernando Lottenberg: __A organização comunitária foi um dos fatores decisivos para a bem sucedida inserção dos judeus no Brasil. Nos núcleos urbanos para os quais os imigrantes chegavam - tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Recife e Belém - havia a preocupação de se criarem organizações assistenciais, ao lado da sinagoga, escola, cemitério, entidades cultuais e recreativas, movimentos políticos e imprensa.__ __Em São Paulo, já nos anos 1910, as entidades assistenciais ofereciam apoio aos imigrantes, assistência a mulheres grávidas e empréstimos para começar um trabalho. __ __Nas décadas de 30 e 40, foram atendidos principalmente refugiados do nazismo. Já na década de 1950, chegaram refugiados do Egito e da Hungria.__ __Com as mudanças nas demandas da comunidade judaica e a diminuição no fluxo de refugiados, a instituição mostrou sua capacidade de transformação, passando a atender também a sociedade em geral. Em 1971, foi feito convênio com a Prefeitura de São Paulo para atender crianças de dois a seis anos da comunidade maior, em situação de vulnerabilidade social. Seus projetos atendem anualmente cerca de 14 mil pessoas - em programas nas áreas de educação, cultura, saúde e lazer.__ __A entidade é grande parceira também do poder público: participa em campanhas de auxílio a vítimas de enchentes, campanhas do agasalho, oferece programas de capacitação profissional para estudantes e formados do ensino médio com renda familiar de até três salários mínimos.__ __É também a agência de suporte oficial no Brasil da Claims Conference, organização internacional que luta pelos direitos dos sobreviventes do Holocausto e atua por meio de entidades parceiras em todo mundo. São atendidos, aqui, mais de 200 sobreviventes. A Unibes é certificada pela CAFAmerica, instituição internacional que certifica organizações em todo mundo para receber doações provenientes de pessoas, corporações e fundações norte-americanas. No Brasil, tem inúmeros prêmios e certificações.__ __Por meio de seu departamento de eventos culturais, ajuda a enriquecer a vida cultural da cidade - recentemente, apresentou os musicais "Um Violinista no Telhado", "O Mágico de Oz" e "Elis, a musical".__ __Ações de solidariedade fazem parte da cultura judaica. Os judeus foram estigmatizados ao longo da história por perseguições e, por conta disso, desenvolveram um mecanismo de defesa e solidariedade ao qual se dá o nome de tzedaká, em hebraico, cuja tradução é "justiça social". A tzedaká é um conjunto de ações de longo prazo para melhorar as condições de vida de cidadãos ou comunidades, tanto do ponto de vista material como espiritual. Nossa tradição ensina que, neste mês de Elul, às vésperas do ano novo judaico - o Rosh hashaná - e do Dia do Perdão - o Iom Kipur - praticar boas ações pode melhorar nossas chances no julgamento pelo qual passamos nessas datas.__ __Independentemente disso, ao procurar melhorar o mundo em que vivemos, certamente melhoramos a nós mesmos.__ __Caros amigos: fomos muito bem acolhidos pela sociedade brasileira. Aqui nos desenvolvemos, fomos criados e criamos nossos filhos e netos em um ambiente de paz e de tolerância. Somos gratos por isso e buscamos retribuir. Com o trabalho da Unibes, a comunidade judaica agradece a São Paulo e ao Brasil.__ A partir da esquerda: Mario Fleck, Fernando Lottenberg, Floriano Pesaro, Celia Kochen Parnes, Anita Schuartz, Gilberto Natalini, Bruno Laskowsky e André Coji, diretor da Unibes.. Foto: Diogo Moreira/A2 FOTOGRAFIA__.__ Cerimônia em homenagem à Unibes na Câmara de São Paulo. Foto: André Bueno / CMSP Fernando Lottenberg fala na homenagem à Unibes. Foto: Unibes. Voltar ao topo